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Reportagem: 39 º aniversário CT Restelo

Reportagem: 39 º aniversário CT Restelo


04/02/2025 - Atualizada

“Nada é – Nada permanece – Nada controlas – TUDO DECIDES!”

 

O dia 22 de janeiro apresentou-se chuvoso em Lisboa. A tarde levou-nos, ainda assim, até à zona ocidental de Lisboa para a comemoração do 39º aniversário da reabertura do Comunidade Terapêutica do Restelo.

 

Fomos acolhidos pela coordenadora, Maria Cristina Mesquita, que nos levou a conhecer os “cantos à sua casa”. Na “sala dos Testemunhos, no momento de alta” vemos textos, frases (três das quais integram este texto) e fotos, que contêm depoimentos de residentes que, de uma forma simples, aqui deixam um pouco de si . Assistimos a momentos tocantes quando  alguns ex-residentes procuram o seu próprio testemunho.

 

Este momento de comemoração, incluiu duas intervenções feitas pelo presidente do Conselho Diretivo do ICAD, I.P. e pela coordenadora desta CT, acompanhada pela sua equipa. Estiveram também presentes, entre outros, a coordenadora da Unidade de Referência e Cuidados Integrados do ICAD, I.P., Kerstin Hoffmeister, residentes atuais e ex-residentes.

 

João Goulão começou por elogiar o esforço de todos, abordando, de seguida, as alterações provocadas pelo nascimento do ICAD.

 

Maria Cristina Mesquita referiu-se à comunidade terapêutica, como um sítio de: oportunidade, compromisso, mudança, decisão, interajuda, esperança, tolerância, paz, responsabilidade e dignidade. Apesar das dificuldades, manifestou-se confiante no ultrapassar deste momento.

 

Findas as intervenções formais, e de forma espontânea,  residentes e ex-residentes manifestaram-se sobre a realidade da comunidade terapêutica, nomeadamente, quanto ao seu futuro. Consideraram a CT do Restelo um pilar das suas vidas, pelas transformações positivas acontecidas nos seus percursos pessoais, que a mesma possibilitou.

 

“Procura tempo para dar. Um dia é demasiado curto para ser egoísta”

 

ENTREVISTA

 

No final falámos com Maria Cristina Mesquita, coordenadora da CT do Restelo, a propósito deste aniversário:

 

Quando estamos a comemorar 39 anos, estamos a comemorar o quê?

 

Nós estamos a comemorar 39 anos de reabertura, porque o serviço existe desde 1977. Só que em 84 fechou e reabriu em 86, e daí é a nossa celebração de hoje. Estamos a celebrar a vida, a adaptação a novas dependências e a construção de projetos terapêuticos adaptados. A idade, que aumentou muito, as novas dependências, dependências sem substâncias. Estamos a celebrar toda esta variedade e toda esta abrangência que a Comunidade Terapêutica do Restelo procura ter, que é ter um programa geral e, face cada pedido de ajuda, poder reescrever um projeto terapêutico para ela. Neste momento de celebração, foi significativo os testemunhos de ex-residentes que, de alguma forma, caracterizam o trabalho aqui feito. Sim, realmente o utente que vem para a comunidade terapêutica transforma-se num residente. E quando eles vêm, passam o testemunho, passam uma mensagem aos que estão cá, isto é induzir esperança, porque se uns conseguiram, porquê é que os outros não vão conseguir? E esta é a importância da nossa casa.

 

No momento presente, como é que podemos caracterizar a CT do Restelo?

 

A comunidade terapêutica é o terreno de preferência para o empoderar, cuidar e proteger. Porque, realmente, através de todos os nossos valores, da nossa filosofia, empoderamos os nossos residentes com capacidade de ter voz, competências, o cuidar e o proteger da sua própria saúde e a de outros, e por isso nós somos, digamos, a transição prática de todos esses vetores que são importantes no panorama geral do serviço. No entanto, o que se passa neste momento é que a equipa técnica está muito reduzida por aposentações e, apesar de ser algo que nós temos vindo há muitos anos a chamar a atenção, não tem sido possível mobilizar e recrutar novos técnicos.

 

E relativamente a desafios futuros?

 

Desafios futuros é mais colegas, mais colegas, mais colegas. A comunidade é um projeto terapêutico com muitas vertentes. Temos um leque imenso de pessoas com quem trabalhamos, direta e indiretamente. Por isso, precisamos de mais colegas. Porque trabalhar na comunidade implica um período de formação, como todos nós tivemos, e até para poder passar o nosso saber. Eu quando cheguei há 42 anos, houve alguém que me ensinou e orientou. E, agora, não tenho a quem passar.

 

“Esta conquista é a prova de que a determinação supera qualquer dificuldade. A caminhada foi dura e difícil, nas no final tudo vale a pena”. 

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39 º aniversário CT Restelo
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