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Reportagem - CRI do Alentejo Central – 'Riscos nas Escolas! Ou Escolas em Risco?"

Reportagem - CRI do Alentejo Central – 'Riscos nas Escolas! Ou Escolas em Risco?"


16/04/2025 - Atualizada

Alentejo em peso, no dia 9 de abril, em Évora, no seminário “Riscos nas escolas! ou Escolas em Risco? - Os comportamentos aditivos dos alunos do Alentejo”, organizado pelo CRI do Alentejo Central. Objetivo: apresentação dos dados do Observatório Regional dos Consumos que, abrangendo 18.000 alunos de toda a região alentejana, permitiu identificar territórios prioritários, problemáticas e parceiros estratégicos.

 

Quem são e quantos são os alunos que protagonizam os CAD na região? A que níveis de risco estão expostos os nossos alunos? Que estratégias de mitigação e prevenção? Estas foram algumas das questões para as quais se procurou encontrar respostas.

 

No evento foram geradas diversas dinâmicas de envolvimento dos 300 participantes, que deixaram contributos quanto a propostas de intervenção, permitindo a este Centro de Respostas Integradas obter um repositório de sugestões e propostas que reforçarão a estratégia regional de intervenção.

 

O presidente do Conselho Diretivo do ICAD, I.P., João Goulão, que integrou a mesa de abertura, referiu a enorme importância da produção de evidência científica para se garantir uma cada vez melhor atuação onde se tem de intervir.  Destacou as parcerias e o trabalho conjunto de várias instituições neste observatório, que considerou um exemplo a seguir por outras regiões do país. Concluiu a intervenção, manifestando preocupação pelo atual contexto mundial que traz mais dificuldades para a vida das pessoas e para o trabalho, que considerou fundamental, de criação de atividades alternativas e atrativas que contribuirão para melhorar os números relativos aos CAD.

 

No segundo painel, intitulado “Promoção e prevenção dos CAD nas Escolas”, o coordenador da Unidade de Prevenção e Promoção da Saúde do ICAD, I.P., Joaquim Fonseca, abordou a promoção da saúde e a prevenção dos Comportamentos Aditivos e Dependências em contexto escolar. Ao longo da intervenção percorreu três dimensões: estratégica, conceptual e prática, tendo como mote um provérbio africano: “Para educar uma criança é preciso a aldeia toda”. Enquadramento estratégico, estratégia de educação para a cidadania na escola, planeamento local, programa PORI, intervenção em CAD no âmbito da política portuguesa, prevenção, fatores de risco, e programas preventivos, entre os quais “Eu e os Outros”, foram alguns dos itens que desenvolveu.

 

Tendo em vista o pensar, o planear e o executar futuros, o evento terminou com dois desafios nas últimas palavras deixadas por Paulo Jesus, coordenador deste CRI:

“Não há certezas, porque entre a decisão e a ação vai um espaço muito grande”

“Decisão sem ação, é mera opinião”.

 

ENTREVISTA

No final falámos com Ana Luísa Charneca, psicóloga, do Centro de Respostas Integradas do Alentejo Central, que apresentou os dados do estudo.

 

Qual o contexto em que este estudo foi realizado?

Este estudo está a ser realizado desde que começaram a ser passados os inquéritos em 2013, mas os dados que nós temos são entre 2016 e o presente ano letivo. Os dados são referentes a todo o Alentejo, no entanto é possível fazer análises por região do Alentejo e também por concelho e até por escola a escola. Neste momento temos cerca de 18 mil inquéritos, só este ano foram respondidos mais de 5200.

 

Quais os dados deste estudo que devem ser destacados?

Sobretudo a prevalência dos comportamentos aditivos nos nossos jovens. Cerca de 80% dos questionários correspondem a jovens de 12 a 15 anos. Podemos destacar que um em cada cinco jovens já consumiu tabaco na vida, um em cada dez faz esse consumo de forma regular, um em cada dois já consumiu álcool em algum momento da sua vida, 40% já se embriagou e 30% dos nossos jovens já se embriagou no último mês. Relembro que são dados preocupantes porque estamos a falar da maior parte dos jovens que estão entre os 12 e os 15 anos. Em termos das drogas ilícitas a prevalência de consumo é de 6,3%. A maior parte desse consumo é canábis, ultrapassa os 5%, ou seja, um em cada 20 jovens já consumiu, em algum momento, canábis. Quanto à evolução desde 2016 até aqui, sobretudo nas idades mais precoces, entre os 12 e os 14 anos, consegue-se ver já um decréscimo ligeiro nos comportamentos.

 

Quais as recomendações e os desafios para o futuro nesta matéria?

As recomendações são aquelas que foram evidenciadas, sobretudo, a introdução de novos elementos como os comportamentos aditivos sem substância e outros elementos de risco, os estados emocionais e relacionais dos jovens e, mesmo, a ligação que têm à escola e à aprendizagem, para percebermos de facto o que é que motiva estes jovens a terem este tipo de comportamentos. O desafio é a própria realidade em si mesma. Acho que este é o principal desafio.

 

O Observatório Regional dos Consumos foi criado no ano de 2003/2004 pelo CRI do Alentejo Central, tendo como objetivo a caracterização das escolas do Alentejo, nos níveis de ensino do 7º, 9º, 10º e 12º anos. Conta com as parcerias da Universidade de Évora, do Departamento da Saúde Pública da ex-ARS Alentejo e da Direção Regional da Educação. Tem o envolvimento da Secretaria Regional da Saúde dos Açores, da Extremadura Espanhola e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo.

 

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