Relatório Europeu das Drogas 2024
O “Relatório Europeu Sobre Drogas 2024 – Tendências e
Desenvolvimentos”, foi divulgado em Lisboa, dia 11, pelo Observatório Europeu
das Drogas e da Toxicodependência (EMCDDA). Em todos os lugares, em tudo, em
todos, são as palavras que enquadram como é descrita a situação da Europa nesta
matéria.
Entre os aspetos destacados no documento, encontram-se a
elevada disponibilidade de uma gama mais vasta de substâncias frequentemente
mais potentes, a associação das infraestruturas comerciais à elevada
disponibilidade de drogas, o aumento das preocupações políticas relativas à
violência relacionada com a droga e a exploração de menores, os riscos
aumentados pelo policonsumo e venda incorreta de drogas, a necessidade de
fontes novas e inovadoras de dados forenses e toxicológicos, e a resposta da
Europa à canábis.
Os dados sobre Portugal indicam que, em 2022, em metade do
total de consumo de crack, os consumos envolveram fumar e a injeção de crack,
sozinho ou com heroína. Sobre a apreensão de comprimidos falsos de oxicodona
contendo N-desetil isotonitazeno, em 2023, Portugal apreendeu 5 752 unidades. O
nosso país aparece incluído num conjunto de países que restringiram a
disponibilidade de óxido nitroso nos últimos anos.
Ainda relativamente a Portugal, este relatório refere que
são os homens com idades compreendidas entre os 40 e os 59 anos, os mais
afetados pela mortalidade por overdose.
O evento online de lançamento do relatório 2024 do EMCDDA
contou com as presenças de Ylva Johansson, comissária europeia para os assuntos
internos, que alertou para o agravamento do uso de drogas na Europa, de Franz
Pietsch, Presidente do Conselho de Administração, que destacou a qualidade do
relatório e a evolução do mesmo desde a sua primeira edição em 1996, e de
Alexis Goosdeel, diretor, que anunciou a primeira Conferência Europeia sobre
Violência Relacionada com Drogas, em novembro, em Bruxelas, que analisará a
dimensão do problema e identificará iniciativas inovadoras para lidar com o
mesmo.
O Observatório Europeu, instalado em Portugal desde 1995,
terá as suas funções e poderes alargados a partir de 2 de julho, quando mudar
de atribuições e de nome para Agência da União Europeia sobre Drogas.
Relatório aqui.