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Videoconferência ICAD abordou burnout em profissionais dos comportamentos aditivos e dependências

Videoconferência ICAD abordou burnout em profissionais dos comportamentos aditivos e dependências


28/06/2024

Burnout em profissionais dos comportamentos aditivos e dependências” foi o tema da videoconferência ICAD, I.P., realizada a 27 de junho, que contou com 183 participantes.

 

O evento teve como oradores convidados, Rui Tinoco, psicólogo clínico, doutorado com investigação na área dos CAD, atualmente a exercer funções na Unidade de Estatística e Investigação (DIMC-ICAD, I.P.), tendo desenvolvido investigação sobre o burnout em profissionais de saúde dos comportamentos aditivos e dependências; Cristina Queirós, licenciada e doutorada em Psicologia, é Professora Associada com Agregação na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, da Universidade do Porto, tendo desenvolvido investigação sobre o stress no trabalho, burnout e trauma em profissionais de saúde; Isabel Sarmento, assistente social, terapeuta familiar, membro efetivo da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar, exercendo funções no ICAD, I.P. - CRI Porto Ocidental e na consulta descentralizada de Santo Tirso; e Vera Lúcia Loureiro Costa Cruz, licenciada em Enfermagem, especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, enfermeira gestora da Unidade Desabituação do Norte, Comunidade Terapêutica da Ponte da Pedra e ICAD, I.P. - Unidade de Alcoologia do Porto. É Membro da Comissão Executiva Permanente da Direção de Enfermagem do ICAD, I.P.

 

Manuel Cardoso, médico e vogal do Conselho Diretivo do ICAD, I.P., teve a seu cargo a moderação deste evento, começando por salientar que a perspetiva pela qual se deve encarar esta videoconferência é a de que “o cumprimento da missão de todos os profissionais, acontecerá com profissionais saudáveis. Se os profissionais não estiverem no seu melhor, provavelmente esta já é uma área difícil, será muito mais difícil esta intervenção”. Considerou como objetivos deste evento tentar perceber como estamos para, depois, tentarmos perceber como poderemos melhorar.

 

Esta videoconferência começou com um enquadramento, onde ficou esclarecido que o burnout é um processo que se arrasta e que prejudica a atividade laboral, o bem-estar próprio, a vida pessoal e familiar, e que tem implicações grandes, podendo mesmo levar ao suicídio por razões laborais.

 

Historicamente, este tema aparece nos anos 70, por um psiquiatra dos EUA que começou a notar um desgaste emocional nos trabalhadores da clínica de atendimento a toxicodependentes, que geria. O burnout foi considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um fenómeno ocupacional, em maio de 2019, a incluir na classificação internacional de doenças, e que passou a vigorar a partir de janeiro de 2022, não é uma doença, mas uma síndrome, ou seja, por vezes o seu diagnóstico é feito por exclusão de partes.

 

Indicadores da Europa e da OMS, e um lançamento feito em março de 2022, revelam um aumento do stress, ansiedade e depressão, provocado pela pandemia sanitária recente.

 

O momento seguinte incluiu a apresentação do estudo “Burnout e Envolvimento profissional em profissionais de saúde dos comportamentos aditivos e dependências na zona norte de Portugal”, cuja recolha dos dados decorreu entre 25 de setembro e 20 de outubro, de 2023, e teve como objetivo geral conhecer as diversas dimensões que expressam sofrimento psíquico dos profissionais, concretamente, conhecer os níveis de burnout em diversas dimensões, assim como duas classes de sintomatologia que muitas vezes lhe estão associadas: a ansiedade e a depressão.

 

Em termos de resultados destaca-se que 49,2% dos participantes apresentaram níveis moderado ou elevado de Distanciamento Mental e 30,6% no score global de burnout. Cerca de 30% dos participantes relatou ter considerado pensamentos de mudança, incluindo mudar de serviço dentro da área dos CAD, sair da área dos CAD ou mudar de profissão. Além disso, cerca de um em cada cinco participantes afirmou ter tido atestados por razões psicológicas ou psiquiátricas nos últimos dois anos. Cerca de 50% dos participantes apresentaram sinais de perturbação no score de Ansiedade e 37% no de Depressão. Por outro lado, em termos de envolvimento com o trabalho, estudado como fator protetor, encontraram-se respetivamente 67% e 47% com níveis baixos no Vigor e Dedicação.

 

Implementação de medidas que contribuam para um maior engagement, satisfação profissional e redução de burnout, auscultados os interessados e as realidades de cada local; monitorizar e trabalhar medidas protetoras ao nível de riscos psicossociais e ambientais no trabalho; e criação de serviço de apoio psicológico a profissionais, com eventual disponibilização de teleconsultas, estão entre as recomendações apresentadas.

 

No espaço de comentário que se seguiu foram referidos fatores que podem contribuir para o burnout, nomeadamente quanto aos profissionais de serviço social e de enfermagem, e referida a sensibilidade institucional, existente, para o problema e para o bem-estar dos respetivos profissionais.

 

Em termos futuros, ficaram algumas estratégias e desafios, tais como: continuar a dar voz às pessoas, percebendo quais são os seus motivos de insatisfação; necessidade de continuar a recuperar dos problemas da pandemia quanto aos profissionais, à gestão e aos cuidados de saúde; e tentar alargar o estudo a todo o ICAD, I.P. ou a toda a intervenção.

 

Veja, ou reveja, a videoconferência gravada, em AQUI

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